quarta-feira, 13 de abril de 2022

Sobre Mudanças em Coisas Imutáveis

É muito estranho abrir isso aqui depois de tanto tempo. Curiosamente, tudo soa também muito familiar.
Eu ainda formato os textos direto em HTML e quase instintivamente, a interface ainda é a mesma, é como voltar à um lugar da infância e quase se decepcionar por ele ser absolutamente igual ao que é moldado na sua mente. Mas ey, também ainda é encantador.

Meu primeiro blog foi criado a 17 anos. Eu mal sabia escrever, tanto gramatical e ortograficamente quanto em ideias. Eu realmente não sabia me xpressar. O que não era lá um grande problema já que eu tinha na época só 11 anos e tudo o que eu queria era replicar a forma dos conteúdos que lia. Eu achava que se eu escrevesse tal qual o PROF. Marco Aurélio eu certamente teria a mesma relevância técnica que a dele. E bom, não funciona bem assim.
Ainda assim, me deparar com os textos dessas épocas de cada um dos meus blogs me faz sentir algo além de nostalgia. É como se o texto remontasse algo além das ideias, eu quase sinto meus dedos digitando nos diferentes teclados que foram usados para redigir cada postagem. É uma magia única que só blogs tem e que os jovens que hoje tem a idade que eu tinha nessas épocas jamais sentirão.
As redes sociais trazem uma efemeridade sem prescedentes. Nada realmente importa, e ao mesmo tempo tudo é incrivelmente urgente. Mas não se preocupe, se você perder o de agora logo virá outro, e outro. E sempre há o que ver, ler, assistir, curtir, compartilhar.
Nos blogs isso não existia. Da primeira vez que usei o blogspot, sequer existia o recurso de Feed. O leitor tinha que ficar clicando em próximo pra ver todas as postagens. E quanto as novas, bom, ele que entrasse todo dia pra ver. Ou daqui a 3 meses ele voltaria ao site e daria de cara com outro layout tão amador quanto o anterior e 30 novos posts dos quais ele só leria 2 ou 3 pois preguicinha né.

A grande verdade é que eu estou escrevendo aqui só pra matar a minha vontade. Esses dias eu redescobri esse blog, removi já algumas postagens, editei sutilmente outras e, bom, o bichinho dos textos me cutucou novamente.
Só que eu não sei muito bem o que fazer com isso aqui. Um blog por um blog ninguém mais vai ler. Textos ficcionais não sei se sou tão bom com isso. É como ver uma ótima forma onde da pra fazer tudo e não saber fazer nada. E bom, com o meu tempo de internet eu já deveria saber.

Minha última postagem aqui tem 7 anos. E tal qual o Jonas de 7 anos atrás, eu ainda não tenho a mínima ideia do que estou fazendo. Talvez eu deva usar isso aqui pra contar histórias, pra desabafar ou sei lá, como um daqueles diários mortos que só são legais em filmes cujos protagonistas tem cara de misterioso.

A grande verdade é que mesmo depois de 7 anos do meu último post, de 17 anos do meu primeiro, eu ainda não sei o que ou como escrever. E essa é a prova de que certas coisas imutáveis nunca mudam mesmo.

Até um próximo eventual e melhor post. Quem sabe. Essa interface do bloger ainda é arcaicamente linda e funcional. Saudades da época em que funcionalidade contava na internet.